quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Quanta inveja! (Samuel de Azevedo )

Oi, você deve se comer de inveja
E eu nem me importo veja
Ainda estou feliz
Deve ser difícil ver que eu sou
Que, eu sou!
Sou tudo que você não pode ser

Por que  ?
Por que quer tanto minha vida?
Quando pode fazer uma melhor
Eu te daria ela
Mas perderia todos os meu buracos
E ela acabaria em cacos

Tentou me usar
Tentou me arrastar
Até quis me pisar
Mas eu ainda estou inteiro
Isto ainda te incomoda ?

Pode até tentar
Mas nunca terá,
Não vai por mão sujas na minha obra de arte
Hasta la Vista, Au Revoir, Arrivederci da minha vida tu não faz parte

Tudo que tem na vida é baseado em me destruir ?
Está perdendo seu tempo pois eu sou indestrutível
Eu sou insubstituível,
Foi legal me ver no chão né ?
Se prepare pra olhar pra sima e me ver

Inventa boatos, fala mal de mim
Mas nunca será como eu
Deve me amar, ops não é sim que você diz,
"eu o odeio"
Porque apesar de tudo ainda estou de pé
Ainda estou feliz
E você ? continua vivendo uma vida sem graça.
Mandamento 10 - Não Cobiçar as Coisas do Próximo ( A Inveja Mata)


    (Pintura: Caim e Abel)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Caio Fernando Abreu Cartas.

Tudo isso dói. Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois.
Para me dar força, escrevi no espelho do meu quarto: 'Tá certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo, não é?' É o que estou tentando vivenciar.
Certo, muitas ilusões dançaram - mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Também não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis, becos-sem-saída.
Nada é muito terrível. Só viver, não é?
A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa. O meu tem sido olhar pra dentro, devagar, ter muito cuidado com cada palavra, com cada movimento, com cada coisa que me ligue ao de fora. Até que os dois ritmos naturalmente se encaixem outra vez e passem a fluir.
Porque não estou fluindo.


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Despedida Cecília Meireles


Por mim, e por vós, e por mais aquilo 
que está onde as outras coisas nunca estão, 
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo: 
quero solidão. 

Meu caminho é sem marcos nem paisagens. 
E como o conheces? - me perguntarão. 
- Por não ter palavras, por não ter imagens. 
Nenhum inimigo e nenhum irmão. 

Que procuras? - Tudo. Que desejas? - Nada. 
Viajo sozinha com o meu coração. 
Não ando perdida, mas desencontrada. 
Levo o meu rumo na minha mão. 

A memória voou da minha fronte. 
Voou meu amor, minha imaginação... 
Talvez eu morra antes do horizonte. 
Memória, amor e o resto onde estarão? 

Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra. 
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão! 
Estandarte triste de uma estranha guerra...) 

Quero solidão.


Cecília Meireles Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.













quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

MUSEU DO LOUVRE EM 360 GRAUS

Gente está aqui uma ótima opção para visitar um museu, (pra quem não tem grana assim como eu haha ) este é o Louvre que fica em Paris. 
Vale a pena conferir essas obras de arte lindas que nos transmitem uma certa emoção e paz de espirito, para mais informações acesse o site http://www.louvre.fr/

Pirâmides do Louvre:



Louve a Noite:


Interior da Pirâmide do Louvre: 


Estátuas:


o que achou ? na minha opinião é de tirar o folego rs 
vale lembrar que essas imagens vieram do site phototravel360 que é um ótimo lugar pra se conhecer novos lugares :) 

A Persistência da Memória Salvador Dalí, 1931.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O monstro pecado - Samuel de azevedo

Vivendo em noites frias
Alimento-me do sagaz medo do pecado
Do pecado não confessado
Que me come as entranhas
como um monstro me fita.

Ele espera que eu fique em um estado de pura defecção
Um fardo largado
Jogado aos cantos no chão,
Se aproxima
com suas garras de dor
Rasga-me de remorso
dilacera-me em lágrimas

Sabe o efeito que tem sobre mim
Causando dores
Sem ao menos realmente tocar-me
Porém o medo ainda é real, o monstro ainda mora dentro de minha consciência
Como um animal faminto se alimentando de algo sem consistência
seu desejo por erros aumentara.
Até quem em sua infâmia me matará.

E á de levar-me para seu lar
Onde não existe ar,
Á de me jogar de um penhasco na escuridão
De me forçar a descer sete palmos abaixo de Deus
Sete palmos longe do amor
á sete palmos longe de minha propria dor
Me reduzindo a um simples nada
Um espaço vago na vida de alguém

Noite estrelada sobre o Ródano , Van Gogh


Charles Bukowski: O Pássaro Azul

Há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica aí dentro,
não vou deixar
ninguém ver-te.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu despejo whisky para cima dele
e inalo fumo de cigarros
e as putas e os empregados de bar
e os funcionários da mercearia
nunca saberão
que ele se encontra
lá dentro.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica escondido,
queres arruinar-me?
queres foder-me o
meu trabalho?
queres arruinar
as minhas vendas de livros
na Europa?
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado esperto,
só o deixo sair à noite
por vezes
quando todos estão a dormir.
digo-lhe, eu sei que estás aí,
por isso
não estejas triste.
depois,
coloco-o de volta,
mas ele canta um pouco lá dentro,
não o deixei morrer de todo
e dormimos juntos
assim
com o nosso
pacto secreto
e é bom o suficiente
para fazer um homem chorar,
mas eu não choro,
e tu?
Charles Bukowski BUKOWSKI, C., The Last Night of the Earth Poems, 1992.


Clarice Lispector: Quero escrever o borrão vermelho de sangue

Quero escrever o borrão vermelho de sangue
com as gotas e coágulos pingando
de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro
com raios de translucidez.
Que não me entendam
pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.
Jogo tudo na violência
que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.

Mas aqui vai o meu berro
me rasgando as profundas entranhas
de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo
com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.

Quero escrever noções
sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua:
nada tenho mais a perder.
Clarice Lispector


domingo, 17 de janeiro de 2016

Edgar Allan Poe O CORVO

Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais."

Ah! bem me lembro! bem me lembro!
Era no glacial dezembro;
Cada brasa do lar sobre o chão refletia
A sua última agonia.
Eu, ansioso pelo sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora,
E que ninguém chamará jamais.

E o rumor triste, vago, brando,
Das cortinas ia acordando
Dentro em meu coração um rumor não sabido
Nunca por ele padecido.
Enfim, por aplacá-lo aqui no peito,
Levantei-me de pronto e: "Com efeito
(Disse) é visita amiga e retardada
Que bate a estas horas tais.
É visita que pede à minha porta entrada:
Há de ser isso e nada mais."

Minha alma então sentiu-se forte;
Não mais vacilo e desta sorte
Falo: "Imploro de vós - ou senhor ou senhora -
Me desculpeis tanta demora.
Mas como eu, precisando de descanso,
Já cochilava, e tão de manso e manso
Batestes, não fui logo prestemente,
Certificar-me que aí estais."
Disse: a porta escancaro, acho a noite somente,
Somente a noite, e nada mais.

Com longo olhar escruto a sombra,
Que me amedronta, que me assombra,
E sonho o que nenhum mortal há já sonhado,
Mas o silêncio amplo e calado,
Calado fica; a quietação quieta:
Só tu, palavra única e dileta,
Lenora, tu como um suspiro escasso,
Da minha triste boca sais;
E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço;
Foi isso apenas, nada mais.

Entro co'a alma incendiada.
Logo depois outra pancada
Soa um pouco mais tarde; eu, voltando-me a ela:
"Seguramente, há na janela
Alguma coisa que sussurra. Abramos.
Ela, fora o temor, eia, vejamos
A explicação do caso misterioso
Dessas duas pancadas tais.
Devolvamos a paz ao coração medroso.
Obra do vento e nada mais."

Abro a janela e, de repente,
Vejo tumultuosamente
Um nobre Corvo entrar, digno de antigos dias.
Não despendeu em cortesias
Um minuto, um instante. Tinha o aspecto
De um lord ou de uma lady. E pronto e reto
Movendo no ar as suas negras alas.
Acima voa dos portais,
Trepa, no alto da porta, em um busto de Palas;
Trepado fica, e nada mais.

Diante da ave feia e escura,
Naquela rígida postura,
Com o gesto severo - o triste pensamento
Sorriu-me ali por um momento,
E eu disse: "Ó tu que das noturnas plagas
Vens, embora a cabeça nua tragas,
Sem topete, não és ave medrosa,
Dize os teus nomes senhoriais:
Como te chamas tu na grande noite umbrosa?"
E o Corvo disse: "Nunca mais."

Vendo que o pássaro entendia
A pergunta que lhe eu fazia,
Fico atônito, embora a resposta que dera
Dificilmente lha entendera.
Na verdade, jamais homem há visto
Coisa na terra semelhante a isto:
Uma ave negra, friamente posta,
Num busto, acima dos portais,
Ouvir uma pergunta e dizer em resposta
Que este é o seu nome: "Nunca mais."

No entanto, o Corvo solitário
Não teve outro vocabulário,
Como se essa palavra escassa que ali disse
Toda sua alma resumisse.
Nenhuma outra proferiu, nenhuma,
Não chegou a mexer uma só pluma,
Até que eu murmurei: "Perdi outrora
Tantos amigos tão leais!
Perderei também este em regressando a aurora."
E o Corvo disse: "Nunca mais."

Estremeço. A resposta ouvida
É tão exata! é tão cabida!
"Certamente, digo eu, essa é toda a ciência
Que ele trouxe da convivência
De algum mestre infeliz e acabrunhado
Que o implacável destino há castigado
Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga,
Que dos seus cantos usuais
Só lhe ficou, na amarga e última cantiga,
Esse estribilho: "Nunca mais."

Segunda vez, nesse momento,
Sorriu-me o triste pensamento;
Vou sentar-me defronte ao Corvo magro e rudo;
E mergulhando no veludo
Da poltrona que eu mesmo ali trouxera
Achar procuro a lúgubre quimera.
A alma, o sentido, o pávido segredo
Daquelas sílabas fatais,
Entender o que quis dizer a ave do medo
Grasnando a frase: "Nunca mais."

Assim, posto, devaneando,
Meditando, conjecturando,
Não lhe falava mais; mas se lhe não falava,
Sentia o olhar que me abrasava,
Conjecturando fui, tranqüilo, a gosto,
Com a cabeça no macio encosto,
Onde os raios da lâmpada caiam,
Onde as tranças angelicais
De outra cabeça outrora ali se desparziam,
E agora não se esparzem mais.

Supus então que o ar, mais denso,
Todo se enchia de um incenso.
Obra de serafins que, pelo chão roçando
Do quarto, estavam meneando
Um ligeiro turíbulo invisível;
E eu exclamei então: "Um Deus sensível
Manda repouso à dor que te devora
Destas saudades imortais.
Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora."
E o Corvo disse: "Nunca mais."

"Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do inferno
Onde reside o mal eterno,
Ou simplesmente náufrago escapado
Venhas do temporal que te há lançado
Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo
Tem os seus lares triunfais,
Dize-me: "Existe acaso um bálsamo no mundo?"
E o Corvo disse: "Nunca mais."

"Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta, atende, escuta, atende!
Por esse céu que além se estende,
Pelo Deus que ambos adoramos, fala,
Dize a esta alma se é dado inda escutá-la
No Éden celeste a virgem que ela chora
Nestes retiros sepulcrais.
Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."

"Ave ou demônio que negrejas!
Profeta, ou o que quer que sejas!
Cessa, ai, cessa!, clamei, levantando-me, cessa!
Regressa ao temporal, regressa
À tua noite, deixa-me comigo.
Vai-te, não fica no meu casto abrigo
Pluma que lembre essa mentira tua,
Tira-me ao peito essas fatais
Garras que abrindo vão a minha dor já crua."
E o Corvo disse: "Nunca mais."

E o Corvo aí fica; ei-lo trepado
No branco mármore lavrado
Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho.
Parece, ao ver-lhe o duro cenho,
Um demônio sonhando. A luz caída
Do lampião sobre a ave aborrecida
No chão espraia a triste sombra; e fora
Daquelas linhas funerais
Que flutuam no chão, a minha alma que chora
Não sai mais, nunca, nunca mais!

Edgar Allan Poe

Nota: Poema "The Raven", traduzido por Machado de Assis em 1883.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

minhas músicas

Britt Nicole - o sol nascendo ESTÁ
Gabriela Rocha - Me Aproximou
Gabriela Rocha - Desperta (Wake) [Sony Music Ao Vivo]
Kari Jobe - eu nao estou sozinho
Demi Lovato belive in me

Amor ?

Vamos falar de amor! Tão simples e tão sábio de si próprio, sentimento que consome pessoas e que as molda a sua maneira de ser.
Infinitamente louco estou eu embriagado em um copo de veneno letal, ah como é bom beber dessa paixão, que rasga, bate, sofre e mesmo assim resiste a muitos invernos severos.
E vai ser diferente ao entardecer porque mais uma vez um amor morre em um coração e nasce novamente em outro.

Foi

Era uma vez um menino, ERA pois esse menino foi. Ele foi, foi e encontrou se, perdeu se, enlouqueceu, amou e finalmente chegou ao seu destino.
Um ponto avulso em sua alma onde ele encontrou a vários homenzinhos iguais a ele, diferenciadamente apenas na forma de ser e de agir, eram suas verdades, medos e modos. Seguiu até onde ouvia todas as vozes dizendo: pule, pule, pule e ele pulou, não em um abismo mas em todos os seus medos, seus sonhos mortos, simplesmente se entregou aos seus erros e continuou a viver sua vida, porque não era capaz de se entregar a morte.

Ganhei de uma amiga

Elisangela Domingos da Silva
Nao sei com o Que Eu me pareço, mas sei como me SINTO: Jovem. Estúpido.Infinito.
(Quentin Jacobsen - Cidades de Papel) 
John Green
Um garoto ... NÃO perfeito ... 
Porque, Perfeição ninguem tem ... 
e se tivesse MESMO ... Eu Não quería ser ...
Gosto dos Meus Defeitos .... 
E Com enguias Que Eu aprendo um forte ser ... 
APRENDO Como Lutar e vencer ...
Sou sobrevivente de Um Mundo hipócrita, 
desistir, Não tá sem meu Vocabulário ... 
Posso Parecer APENAS UM garoto ... 
Só that Fique esperto, 
Porque esse "garoto" ... 
SABE Lutar e vencer ....
Lisa PP Samuel

Você é tão perfeita

As guerras já estão ganhas
Agora chega de se maltratar
Todos sabem que no escuro, você chora e te falta o ar
Você é tão
Tão complicada
tão atrapalhada
Não fique ai parada
Como se imaginar fosse mudar alguma coisa
Não complique, olhe como o mundo é lindo
Me chame eu vou dizer “estou indo”.
Me dê suas mãos e vamos ser felizes
Já está na hora de enxugar essas lagrimas desses olhos tristes
Diga pra si mesma que mentiram pra você
Mentiram quando disseram que não conseguia
Você é perfeita, sorria!
Por favor olhe pra si mesma no espelho
Viu como você é linda ?
Você é perfeita
Mentiram quando disseram que era
Era feia
Era gorda
que tinha algo de errado
Mas olhe pra si mesma e lembre não existe garota imperfeita
Você é linda
Não queira mudar nada
Você é a droga perfeita pra mim
Cheguei pra nesse medo de viver
Por um fim.
Samuel de Azevedo